O que aconteceu no Dragão, em mais uns humilhantes 5-0, foi um banho tático. E têm sido muito raros os clássicos que eu vi que não foram decididos por esse fator.
Já lá vem a ladainha, em muitas cabeças e bocas, da raça com que o FC Porto come o Benfica e do medo que o SLB tem daquele estádio. Esqueçam essa tanga dos medos cénicos. Ir por aí, além de não ajudar, não é verdade. A verdade é que Sérgio Conceição deu um banho tático a Roger Schmidt.
Patético
Sem dúvida que nos bancos não ficou 5-0, ficou 10-0 para Sérgio Conceição. Eu nem consigo chamar ao que Roger Schmidt fez e preparou para este decisivo clássico como de incompetência. Foi, simplesmente, patético.
Desculpem aos que já se divorciaram do Schmidt mas foi muito, muito a baixo do que o alemão tem apresentado no Benfica. Uma enorme desilusão.
Divido a patetice do treinador do Benfica em 3 escolhas que impossibilitaram a sua equipa de obter outro resultado.
1) A escolha de Morato/Kokçu para defender João Mário/F. Conceição.
Foi um dos únicos pontos que já abordei logo no 1º post sobre o jogo e quem quiser ler pode ir aqui. Mas foi claro, com 10 minutos de jogo, que o FC Porto iria ferir o SLB por ali. O Benfica é coxo e todos os treinadores já sabem isso. É dinheiro fácil meter as fichas todas neste lado esquerdo do Benfica. E foi por aí que Conceição entrou.
2) A patetice de não ter abordado o 3º homem Pepê.
Quem quiser perceber o que é a tática do “3º homem” basta rever o jogo que fez o Pepê no débil lado esquerdo do Benfica. Registou o seu máximo de desarmes de temporada (6) e o máximo de entradas na grande área do rival com a bola controlada (3). Esteve em todo o lado, com bola e sem bola.
O que irrita é que o Benfica também tem um homem que consegue fazer parecer que está em todo o lado e que percebe quando pode criar ou anular superioridades nas duplas do rival – Aursnes. O único jogador do plantel atual que poderia fazer face ao que Pepê oferece ao Sérgio Conceição. Era o jogo do ano em que Roger Schmidt tinha de escolher uma equipa à volta de Aursnes a médio esquerdo. Era o 1º íman que tinha de ser colado no seu quadro tático E sempre no meio campo.
3) A patetice de ter achado que a mesma dupla de meio campo ia aguentar dois jogos de intensidade Champions em 3 dias.
E aqui sejamos sinceros, acho que nenhuma equipa do nosso campeonato conseguiria jogar para ganhar 2 jogos seguidos destes fora da sua casa. Mesmo mudando os Estádios. Duvido que o FC Porto ou o Sporting fossem sacar 2 vitórias a Alvalade ou à Luz ou Luz e Dragão, com 2 dias de descanso. É o único ponto a favor de Roger Schmidt mas não muito a favor pois ele tem a benção Florentino. Era óbvia a supremacia de Alan Varela e Nico González no capítulo físico. São um muro, até podes tentar com jogadores mais técnicos ir de frente contra esse muro. É uma ideia mas não quando esses teus jogadores estão cansados.
Surpresa das surpresas, os jogadores que andaram mais pelo meio campo do FC Porto ganharam 13 desarmes. Os do Benfica 8, 4 deles por Florentino em apenas 45 minutos. Florentino tinha de jogar os 90 minutos.
Finalmente, Sérgio Conceição ainda foi brilhante no proposta que jogou com Evanilson, para este clássico, mas isso já é, apenas e só, mérito do treinador do FC Porto que deu um banho tático a Roger Schmidt.
Resultado definido quando o Benfica entregou a ficha com o 11 titular
Em suma, uma equipa com estas escolhas patéticas do seu treinador pode entrar com toda a raça e desejo de vitória do mundo… Não vão importar para nada. Vai perder e vai perder feio.
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